No negócio principal da Copa Energia, diante da alta concentração de mercado, a percepção de quem acompanha o setor é que será difícil as empresas ampliarem de maneira substancial sua fatia do bolo. Novas aquisições também deverão ser mais difíceis, uma vez que o Cade tem sido rígido com as transações dentro do setor – atualmente, o conselho estuda se um acordo operacional entre Ultragaz e Supergasbras não afeta a dinâmica de concorrência.
Sob este cenário, uma avenida ainda não pavimentada, mas que o CEO da Copa Energia vê como grande potencial, seria a liberação do GLP para outros usos além do fogão, em especial em motores de geradores. O tema está em discussão há anos na Agência Nacional de Petróleo (ANP) sem uma resolução. Esperava-se uma definição para este ano, mas a agência adiou os planos para 2024. “Temos uma restrição criada na época da Guerra do Golfo [iniciada em 1990]. Hoje não faz mais sentido limitar o uso do GLP, não temos problemas de oferta”, defende o CEO.
Na ponta de controle das margens, a Copa Energia tem diversificado seu fornecimento para além da Petrobras. A companhia foi uma das pioneiras na importação de GLP da Bolívia e Argentina, que ajuda no abastecimento de clientes no Centro-Oeste e Sul do país.
Para reforçar o atendimento ao Nordeste, a Copa está investindo R$ 1,2 bilhão em conjunto com a Nacional Gás para a construção de um terminal de tancagem de gás de cozinha no Porto de Suape, em Pernambuco. Atualmente, o fornecimento de GLP na região é feito por meio de um navio da Petrobras que tem estoque para apenas quatro dias de fornecimento para todas as empresas que operam na região. Somente o novo terminal já entregará o dobro de capacidade.
Ainda no Nordeste, Caio Turqueto prevê um importante ganho operacional para a Copa Energia no próximo ano: a retomada do parque de botijões da Liquigás que estão emprestados para a Nacional Gás – um dos últimos remédios remanescente do Cade para concordar com a compra da Liquigás.
Embora pareça trivial, os botijões são um dos itens mais importantes na expansão das empresas de GLP e uma barreira de entrada para as insurgentes do setor. “É um ativo ligado ao preço do aço, que pesa muito no operacional das empresas. Para se ter ideia, uma parte importante do valor de mercado de uma companhia de GLP está em seu parque de botijões”, aponta Acioli.
Por fim, Caio Turqueto reforça que a relação da Copa Energia com o mercado de capitais seguirá pontual – a companhia está com duas debêntures em “rodando” no mercado. O CEO afirma que não há nenhum desenho de oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês). “Estamos firmes na trilha que desenhamos lá atrás e nosso objetivo hoje é terminar de consolidar a aquisição e ‘zerar’ as pendências do Cade”, completa o executivo.
Fonte: InfoMoney