Allan Lichtman, professor de História da American University que realiza previsões desde 1984, baseia-se em um método de verdadeiro ou falso para 13 fatores-chave analisados por ele. Kamala e Trump disputam presidência dos EUA em 5 de novembro. Kamala Harris, vice-presidente dos EUA e candidata democrata à Casa Branca nas eleições de 2024.
Kevin Wurm/Reuters
Um renomado analista de previsões eleitorais americano divulgou nesta quinta-feira (5) sua previsão para as eleições de 2024: a vice-presidente Kamala Harris vencerá o ex-presidente Donald Trump em novembro e se tornará a primeira mulher presidente dos EUA.
"Minha previsão, baseada no sistema das chaves para a Casa Branca, que se provou correto [nas eleições dos EUA] por 40 anos, é que teremos um presidente sem precedentes: Kamala Harris se tornará a primeira mulher presidente dos Estados Unidos", disse Allan Lichtman, professor de História da American University em Washington, D.C., em entrevista à Reuters.
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Lichtman, tratado como um "profeta eleitoral" nos EUA, previu com sucesso o resultado de nove das últimas dez eleições presidenciais, desde 1984, usando seu modelo eleitoral, chamado de "Chaves para a Casa Branca". O modelo é baseado em 13 perguntas de verdadeiro ou falso em fatores-chave, que são independentes de opiniões de comentaristas políticos ou pesquisas de intenção de voto. Veja como funciona o modelo abaixo.
Embora seu modelo favoreça Kamala Harris, as posições dos candidatos em relação a assuntos militares e à política externa --e eventos do mundo real-- podem influenciar o resultado da corrida. Apesar disso, Lichtman ainda acredita que Harris sairá vitoriosa.
"As coisas podem mudar? Claro. Não posso prever o que vai acontecer no mundo, e temos duas guerras em andamento", disse Lichtman.
"Mesmo que Kamala Harris perdesse as minhas 'chaves de política externa/militar', ela ainda estaria apenas com cinco 'chaves' contra ela, uma a menos do que as seis necessárias para prever a derrota do partido no poder", acrescentou Allan Lichtman.
O analista disse que a desistência de Joe Biden da corrida eleitoral em julho custou aos democratas uma "chave", a de "incumbência", que é quando o atual presidente é o candidato na eleição.
Lichtman esteve entre os poucos analistas que cravou a vitória de Donald Trump em 2016. Ele também previu a vitória de Biden em 2020. No entanto, o analista havia previsto que Trump venceria Hillary Clinton nos votos populares, o que não aconteceu --a democrata obteve cerca de três milhões de votos a mais que o republicano, que venceu pelo número de delegados conquistados.
O analista, que estava esperando a Convenção Nacional Democrata para divulgar suj previsão final, já havia dito que "muita coisa teria que dar errado para os democratas perderem a eleição."
A eleição nos EUA de 2024 ocorrerá em 5 de novembro. Um candidato precisa somar 270 votos eleitorais para alcançar a vitória. Com muitos estados inclinados solidamente para os republicanos ou democratas, um punhado de estados chamados de "campo de batalha" ou "estados-chave" provavelmente decidirá a eleição.
Modelo de 13 fatores-chave
O sistema único de Lichtman, que ele desenvolveu no início dos anos 1980 com o geofísico russo Vladimir Keilis-Borok, analisa o cenário político por meio de 13 afirmações de verdadeiro ou falso, focadas no partido do presidente em exercício.
Como Biden desistiu da corrida eleitoral em julho e Kamala Harris assumiu a candidatura democrata, o modelo do analista tem como base a vice-presidente. Se seis ou mais das afirmações forem falsas, então o desafiador — Trump — seria previsto como vencedor.
Veja abaixo as determinações de Lichtman para cada um dos fatores:
Mandato do partido: Após as eleições de meio de mandato, o partido do governo ocupa mais assentos na Câmara dos Deputados dos EUA do que ocupava após as eleições de meio de mandato anteriores. FALSO
Contestação: Não há contestação séria para a nomeação do partido incumbente. VERDADEIRO
Incumbência: O candidato do partido no poder é o presidente em exercício. FALSO
Terceiro partido: Não há campanha significativa de um terceiro partido ou independente. VERDADEIRO
Economia de curto prazo: A economia não está em recessão durante a campanha eleitoral. VERDADEIRO
Economia de longo prazo: O crescimento econômico real per capita durante o mandato é igual ou superior ao crescimento médio durante os dois mandatos anteriores. VERDADEIRO
Mudança de política: O governo vigente realiza mudanças importantes na política nacional. VERDADEIRO
Agitação social: Não há agitação social sustentada durante o mandato. VERDADEIRO
Escândalo: O governo em exercício não é manchada por um grande escândalo. VERDADEIRO
Carisma do candidato da situação: O candidato do partido em exercício é carismático ou um herói nacional. FALSO
Carisma do desafiador: O candidato do partido desafiador não é carismático ou um herói nacional. VERDADEIRO
Fracasso militar/externo: O governo vigente não sofre um grande fracasso em assuntos externos ou militares.
Sucesso militar/externo: O governo vigente alcança um grande sucesso em assuntos externos ou militares.