Candidato republicano reclamou de brechas em vidro à prova de balas em volta de seu púlpito e disse, em tom sarcástico: "Para me pegar, alguém teria que atirar nos 'fake news' [jornalistas] e eu não me importo muito com isso". Donald Trump faz comício em púlpito protegido por vidro a prova de balas em Lititz, na Pensilvânia, em 3 de novembro de 2024
Matt Rourke/AP Photo
Donald Trump fez um discurso em tom conspiracionista e sarcástico neste domingo (3), dois dias antes da eleição presidencial nos EUA. Em certo momento, ele afirmou que "não deveria ter deixado" a Casa Branca após a eleição de 2020, a qual ele perdeu para Joe Biden — derrota que ele nunca admitiu.
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Em uma fala que durou 90 minutoso candidato republicano observou que havia lacunas nas vidraças à prova de balas ao seu redor. Alguns dos membros da imprensa que acompanhavam Trump no evento em Lititz, Pensilvânia, tinham uma linha de visão através de uma das lacunas.
"Para me pegar, alguém teria que atirar nos 'fake news' [jornalistas] e eu não me importo muito com isso", disse, para seus apoiadores.
Uma das marcas de sua passagem pela Presidência, entre 20217 e 2020, foi o desrespeito com os profissionais da mídia.
Em julho, Trump foi alvo de um atentado durante um comício. Ele foi atingido na orelha por um tiro de um fuzil AR-15 na cidade de Butler, também na Pensilvânia. Na ocasião, um homem que assistia o comício morreu e outros dois foram socorridos em estado grave. O atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelo Serviço Secreto.
Comício de Trump é interrompido após tiros, na Pensilvânia
Como costuma fazer, o ex-presidente lançou dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral e ressuscitou antigas queixas sobre ter sido processado depois de tentar anular a sua derrota em 2020.
Trump intensificou os seus ataques verbais contra o governo Biden, chamando-o de "grosseiramente incompetente", e contra os veículos de comunicação norte-americanos, direcionando o seu comício na Pensilvânia, a certa altura, para o tema da violência contra membros da imprensa.
A menos de 48 horas da eleição, Trump disse que só poderá perder para a democrata Kamala Harris se as eleições forem fraudadas, embora as sondagens sugiram uma disputa acirrada entre ambos.
Segundo a agência de notícias Associated Press, alguns dos seus aliados, em especial o ex-estrategista-chefe Steve Bannon, aconselharam Trump a declarar vitória prematuramente na terça-feira, mesmo que os resultados da contagem de cotos ainda sejam inclonclusivos. Foi o que Trump fez em 2020, dando início a um processo de combate aos resultados eleitorais que culminou na invasão do Capitólio por seus apoiadores, em Washington, em 6 de janeiro de 2021.