O CEO do Google, Sundar Pichai, enfrentou um dos anos mais desafiadores de sua gestão em 2024, equilibrando crescimento financeiro robusto, desafios tecnológicos e tensões internas.
Apesar do relatório de lucros recordes em abril, que levou as ações da Alphabet à maior alta desde 2015 e impulsionou o valor de mercado da empresa para mais de US$ 2 trilhões (R$ 12,38 trilhões, na conversão direta), a força de trabalho da gigante tecnológica demonstrou insatisfação crescente.
Durante reunião geral no mês seguinte, um comentário amplamente repercutido no fórum interno da empresa expôs o desconforto dos funcionários. “Houve um declínio significativo no moral, aumento da desconfiança e uma desconexão entre a liderança e a força de trabalho”, dizia a mensagem.
Questões sobre remuneração e decisões estratégicas tornaram-se comuns, mesmo em meio a conquistas financeiras e avanços em inteligência artificial (IA). A seguir, elencamos outros principais tópicos em torno da big tech e de Pichai.
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No campo regulatório, o Google enfrentou reveses significativos. Em agosto, um juiz federal determinou que a empresa mantém ilegalmente um monopólio no mercado de buscas, enquanto o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) sugeriu a venda do navegador Chrome como medida corretiva.
A empresa também enfrentou ações antitruste relacionadas à tecnologia de anúncios e à loja de aplicativos Google Play.
Internamente, os esforços para cortar custos e reorganizar equipes dividiram a força de trabalho. Enquanto as divisões de IA, como a DeepMind, prosperavam com recursos ampliados, outras áreas enfrentaram cortes e reestruturações, afetando o moral.
A percepção de favoritismo em relação às equipes de IA foi um ponto de discórdia, embora o Google tenha negado tratamento diferenciado.
Após quase uma década à frente do Google, Pichai continua sendo alvo de críticas por não transmitir uma visão unificadora para o futuro.
Mesmo com avanços, como o lançamento do chip Willow e a expansão da Waymo, os funcionários questionam frequentemente a liderança em fóruns internos.
Em tentativa de reconectar a empresa às suas raízes, Pichai implementou mudanças estruturais, eliminando 10% da gerência intermediária e promovendo iniciativas, como hackathons, lembra a CNBC.
Apesar disso, a pressão para equilibrar inovação, crescimento financeiro e demandas internas permanece alta. A narrativa de 2024 no Google reflete ambiente corporativo sob intensa transformação, onde conquistas externas muitas vezes contrastam com desafios internos persistentes.
Fonte: Olhar Digital