A poluição causada pelo plástico já atingiu as regiões mais remotas do nosso planeta. É o caso da Antártida, onde estes detritos criaram um verdadeiro novo ecossistema, representando uma séria ameaça à vida marinha.
Segundo os cientistas, quando entram na água, estes materiais criam superfícies que podem ser rapidamente colonizadas por comunidades microbianas. Este processo acaba formando um biofilme e este novo ecossistema recebe o nome de “plastisfera”.
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Atualmente, a ciência sabe muito pouco sobre a plastisfera, especialmente no oceano Antártico. Por isso, cientistas realizam estudos para entender melhor a sua dinâmica e os impactos em um dos ambientes marinhos mais remotos e vulneráveis do planeta.
Em texto publicado no The Conversation, Pere Monràs i Riera e Elisenda Ballesté, ambos pesquisadores da Universidade de Barcelona, descreveram os resultados de um novo experimento. Eles montaram aquários cheios de água do mar coletada perto da estação de pesquisa espanhola na Ilha Livingston.
No interior dos recipientes foram colocados pequenos grânulos arredondados dos três tipos mais comuns de plástico que poluem o mar: polietileno, polipropileno e poliestireno. Estes materiais ficaram em condições ambientais (cerca de 0°C e recebendo de 13 a 18 horas de luz solar) por cinco semanas.
Após, a equipe comparou a colonização de plásticos com a do vidro, uma superfície inerte. O pesquisadores descobriram que o tempo foi o principal fator de mudança. Os micróbios colonizaram rapidamente o plástico e, em menos de dois dias, bactérias como as do gênero Colwellia já estavam fixadas na superfície, mostrando uma clara progressão dos colonizadores iniciais para um biofilme maduro e diversificado, incluindo outros gêneros como Sulfitobacter, Glaciecola ou Lewinella.
Embora processos semelhantes ocorram em outros oceanos, na Antártida ele parece ser mais lento. De acordo com os cientistas, as temperaturas mais baixas da região retardam o desenvolvimento bacteriano. Ainda segundo os especialistas, as descobertas podem abrir caminho para reduzir a quantidade de resíduos plásticos nos ecossistemas marinhos, uma vez que algumas bactérias identificadas são capazes de degradar os detritos.
Fonte: Olhar Digital