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Republicano volta ao cargo radicalizado, intensificando políticas anti-imigração e extinguindo programas de combate às mudanças climáticas e de diversidade. Trump 2.0: quais as apostas de Trump para o novo mandato?O novo presidente dos EUA, Donald Trump, voltou ao poder e já deu indícios de como deverão ser as políticas deste governo. O republicano iniciou o segundo mandato com uma série de medidas em áreas como relações externas, comércio, imigração e programas de diversidade de raça e gênero.Durante quatro anos no exílio político após o primeiro mandato, Trump prometeu remodelar de forma radical a cultura e a política americanas se tivesse outra chance. A primeira semana demonstrou que ele tentará fazer exatamente isso enquanto corre para cumprir as promessas que o levaram de volta ao poder.Veja algumas das maiores mudanças políticas do governo Trump 2.0.ImigraçãoAs políticas de governo de TrumpHelena Cunha e Gabriela Pelegrineti/GlobonewsNenhuma questão recebeu mais atenção nos primeiros dias de Trump e o novo governo do que a imigração. A questão está há muito tempo no centro do discurso político do presidente, e reforçou ao longo da campanha presidencial que faria mudanças significativas na área.Trump emitiu mais de uma dúzia de ordens relacionadas à imigração, defendendo que os Estados Unidos estão sendo invadidos por imigrantes perigosos que cruzam a fronteira com o México. Muitas das mudanças mais agressivas incluem novos poderes para negar a entrada de requerentes de asilo no país.Ele rapidamente eliminou as políticas que impediam os oficiais de Imigração e Alfândega de invadir igrejas, escolas e hospitais em busca de imigrantes e bloqueou a entrada de milhares de refugiados que já haviam sido liberados para seguir para os EUA.Trump iniciou o processo de expulsão de um milhão de pessoas que o presidente Biden havia permitido a entrada de forma temporária, mas legal, e cumpriu sua promessa de tentar limitar a cidadania americana dada a estrangeiros por nascimento – ordem que foi logo revogada por um juiz federal, que considerou a ação de inconstitucional.O presidente também instruiu as autoridades federais a investigar e potencialmente processar autoridades locais em cidades e estados que interferem nos esforços do governo para deportar pessoas que estão no país ilegalmente.Saiba mais:Vídeo mostra deportados dos EUA chegando algemados e com pés acorrentados ao BrasilEnergia e climaAs políticas do governo TrumpHelena Cunha e Gabriela Pelegrineti/GlobonewsO republicano também emitiu ordens executivas relacionadas à energia para poder expandir o uso de combustíveis fósseis, restringir a utilização energia renovável e abandonar os esforços do governo federal para lidar com as mudanças climáticas.Num gesto que chamou a atenção do mundo, Trump retirou os EUA do Acordo Climático de Paris, tratado no qual países se comprometem a limitar a emissão de gases de efeito estufa e o aquecimento global.O presidente declarou uma "emergência energética" e deu início a planos para abrir áreas de perfuração de petróleo maiores no Alasca. Ele também ordenou o congelamento das licenças federais para parques eólicos em todo o país, além de determinar que as agências simplifiquem o licenciamento de gasodutos e mineração e revoguem as regras que incentivam o uso de carros elétricos. No entanto, há um processo legal exigido para refazer os regulamentos federais que pode levar anos e ainda precisa passar pelos tribunais.Políticas de diversidade e gêneroAs políticas do governo TrumpHelena Cunha e Gabriela PelegrinetiUm dos temas que chamou grande atenção na primeira semana de Trump no cargo foi a retirada de programas de diversidade de gênero e raça no país.Com uma ordem executiva para "proteger as mulheres do extremismo da ideologia de gênero", Trump ordenou que o governo reconhecesse efetivamente apenas dois sexos "imutáveis": masculino e feminino.O novo governo reverteu os esforços de Biden para a inclusão pessoas intersexuais ou transgêneros, por exemplo, para que elas se identifiquem desta forma nas instituições federais. A ordem já provocou mudanças administrativas. O Departamento de Estado removeu a categoria "identidade de gênero não especificada ou outra" dos pedidos de passaporte. De forma mais ampla, a medida elimina qualquer menção à identidade de gênero não binária de documentos e memorandos oficiais.Depois de declarar em seu discurso de posse que iria inaugurar uma sociedade "daltônica" e "baseada no mérito", Trump ordenou que as agências federais eliminassem imediatamente os conceitos de diversidade, equidade e inclusão - ou DEI - das políticas, programas e práticas do governo federal.Ele rescindiu ordens executivas emitidas por Biden que buscavam promover a equidade para mulheres e negros, hispânicos, asiáticos e nativos americanos, bem como pessoas com deficiência.Em um esforço para eliminar qualquer iniciativa do DEI "disfarçada", os funcionários federais foram instruídos a denunciar qualquer colega que tentasse contornar a ordem. Aqueles que souberem de qualquer atividade e não a denunciarem dentro de 10 dias, enfrentarão "consequências adversas", de acordo com e-mails enviados por todos os chefes de agências.Comércio internacional e economiaAs políticas do governo TrumpHelena Cunha e Gabriela Pelegrineti/GlobonewsTarifas em grande escala ainda não foram impostas, mas nações ao redor do mundo estão se preparando para as exigências que devem chegar em 1º de fevereiro, segundo Trump.Ao assumir o governo, o republicano voltou a afirmar para repórteres que iria impor uma tarifa de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China, acusando esses países de não fazerem o suficiente para impedir o fluxo de drogas e migrantes para os Estados Unidos.Agora, os países aguardam para saber se essas tarifas realmente entram em vigor no mês que vem.Leia também:Trump quer taxar produtos importados e agro brasileiro poderia se dar bem com isso, avaliam especialistasTecnologia e Inteligência ArtificialAs políticas do governo TrumpHelena Cunha e Gabriela Pelegrineti/GlobonewsApós meses de batalha, Trump decidiu intervir sobre o futuro do TikTok, aplicativo de vídeo imensamente popular. Autoridades em Washington temem que a plataforma possa representar uma ameaça à segurança nacional.O Congresso aprovou uma lei no ano passado que obriga a ByteDance, proprietária do TikTok, a vender o aplicativo ou enfrentar a proibição de trabalhar com lojas de aplicativos, medida que foi confirmada pela Suprema Corte.Esta é apenas uma das ações que mostram o alinhamento de Trump com o setor de big techs. O presidente se aproximou de grandes nomes do mundo tecnológico, como Elon Musk (dono da SpaceX, da Tesla e do X), Mark Zuckerberg (CEO da Meta), Jeff Bezos (dono da Amazon), Sundar Pichai (CEO do Google), Tim Cook (CEO da Apple) e Sam Altman (CEO da OpenAI) – todos presentes com espaço privilegiado na posse do republicano, no dia 20 de janeiro.Pouco antes da volta de Trump ao poder, a Meta, de Zuckerberg, revogou o programa de verificação de fatos em nome da "liberdade de expressão" e o substituiu pelo sistema de "notas de comunidade", utilizado pela plataforma X, no qual são os próprios usuários que identificam e sinalizam informações incorretas.Logo após tomar posse, Trump também rescindiu uma ordem executiva de 2023 que estabelecia proteções em torno da inteligência artificial. A medida exigia também que as empresas de IA apresentassem ao governo americano os resultados dos testes para avaliar os riscos da nova tecnologia à segurança nacional.Depois, Trump emitiu uma ordem executiva orientando sua equipe a elaborar um plano para seguir uma política que "sustente e melhore o domínio global da IA nos EUA".Meta, dona de Instagram e Facebook, encerrará sistema de checagem de fatosVeja também:'Tudo será revelado', diz Trump após retirar sigilo de documentos sobre assassinatosTrump manda veículos militares e helicópteros para patrulhar fronteiras