A evolução da Inteligência Artificial gera grande otimismo por parte da maioria das pessoas. Estamos diante de algo que pode facilitar nossas vidas. O lançamento de avançados agentes de IA, neste ano, deve confirmar essa impressão: teremos uma espécie de funcionário de luxo, que pode tomar decisões de forma independente.
Para países e empresas, a IA pode se tornar sinônimo de aumento de produtividade, gerando mais ganhos. Ela, no entanto, não inspira somente otimismo. Grandes especialistas do mundo todo alertam para alguns riscos relacionados a essa tecnologia, sobretudo no mercado de trabalho.
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O vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2024 é um deles. Para o professor James A. Robinson, da Universidade de Chicago, os governos, as empresas e os cidadãos em geral precisam atuar de forma coletiva para reforçar nossas instituições, com objetivo de proteger as pessoas.
Em entrevista ao site Bloomberg Línea, o professor afirmou que “precisamos criar uma IA que seja mais amigável aos trabalhadores”. E isso, segundo ele, passa diretamente pela regulação da nova tecnologia.
“Precisamos de uma mudança política para começar uma conversa ampla sobre como fazer as pessoas serem mais produtivas em vez de serem substituídas pelas máquinas”, disse o vencedor do Prêmio Nobel.
“A IA está chegando ao mundo em um ritmo muito irregular. Nos países em desenvolvimento, ela deve aparecer primeiro em partes do setor privado mais globalizado, no governo, e vai demorar para ser incorporada ao setor informal da economia”, explicou Robinson.
E você pode incluir o Brasil nessa história. Temos milhões de trabalhadores no setor informal – e eles devem demorar a receber as facilidades da IA – isso se um dia receberem. O resultado dessa equação é o aumento da nossa já tão grande desigualdade.
Vale destacar que existe um projeto de lei aqui no país que fala sobre a regulamentação da Inteligência Artificial e das big techs.
Para Robinson, o foco do texto deve sair das redes sociais e se debruçar mais sobre essas relações de trabalho. Não que as redes não sejam um problema. Segundo ele, porém, uma solução para elas deve ser global – e não regional. A tendência, de acordo com o especialista, é que os esforços do Brasil nesse sentido não deem em nada.
As informações são da Bloomberg Línea.
Fonte: Olhar Digital