O líquido de seus vapes pode estar contaminado com metais tóxicos. São elementos que se desprendem do circuito elétrico das versões descartáveis dos cigarros eletrônicos. E a contaminação ocorre antes mesmo de o dispositivo ser usado pela primeira vez.
É o que sugere um estudo do Laboratório de Química Atmosférica (LQA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), obtido pela BBC.
Os pesquisadores analisaram 15 vapes descartáveis e identificaram diferentes concentrações de cobre, estanho, níquel e zinco em níveis "muito acima do esperado para qualquer tipo de material que vai ser inalado", segundo a reportagem.
A equipe também analisou 14 líquidos de vapes recarregáveis, mas não identificou elementos em níveis quantificáveis. Isso ocorre possivelmente pelo fato de o líquido ser vendido separadamente, sem entrar em contato com o circuito elétrico previamente.
Os cientistas alertam que tanto o "juice" quanto o "e-líquido" usados na recarga apresentaram “toxicidade significativa” que podem desencadear processos associados a doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares e respiratórias.
A venda de cigarros eletrônicos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil desde 2009. Mas isso não tem impedido a distribuição de lotes contrabandeados, com formatos que mudaram ao longo dos anos, desde caneta, pen-drive a uma espécie de pequeno tanque.
No ano passado, um estudo preliminar em dez amostras apreendidas também encontrou octodrina, substância com estrutura similar à anfetamina. A análise foi feita pelo Laboratório de Pesquisas Toxicológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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Fonte: Olhar Digital